quinta-feira, 29 de abril de 2010

HOJE É DIA DE DUKE ELLINGTON...THE BEST


"Quando cheguei a São Paulo para tentar a vida de cantora, conheci muitos músicos do jazz. Imagina só, sair a noite em na cidade de São Paulo!!!! você tem opções que nem sabe que existem, principalmente quando se trata de ninchos de jazz.

Bom, mas o importante aqui é dizer como o Senhor Duke veio ao meu conhecimento musical. Um dia na casa de um grande amigo músico chamado Guga Stroeter, vi que na sua estante da sala havia muitos cds de jazz, e entre eles muitos do Duke. Ouvi, vi artigos que contavam a história dele, com quem ele havia tocado, produzido e quanto tempo ele dedicou para ser um brilhante pianista. Me senti com um bebê de colo apresentado aos encantos de uma mamadeira com leite ninho e toddy, ou seja me deliciei, e mesmo que não possa tomá-la porque sou bem grandinha, está presente na minha vida nos cafés da manhã. Essa analogia infantil, é pra dizer a vocês que a partir de um única dose da música desse fantástico pianista para quem já experimentou, jamais deixa de ter em casa um cd, ou nos dias de hoje no MP4, enfim... adoro ouvi-lo e vê-lo em seus vídeos com aquela elegância implacável e percebo que é desse alimento musical que preciso para crescer nutrida do melhor som. Viva Mr. Duke!!!!"
Um dos artistas musicais mais completos neste século, Edward Kennedy "Duke" Ellington foi um maestro invejável, um pianista fabuloso e compositor criativo de uma obra com mais de 3 mil músicas escritas.

O apelido de duque (Duke) se deve à pose nobre e ao fato de estar sempre bem vestido. Apenas as olheiras enormes destoavam, resultado do hábito de dormir o mínimo necessário. Tinha medo de que sonhar lhe retirasse algumas idéias que usaria em canções.

Em sua carreira, gravou com os grandes nomes do jazz:
Count Basie, Dizzy Gillespie, Tommy Dorsey, Joe Pass, Frank Sinatra, Louis Armstrong, Coleman Hawkins, Charles Mingus, Max Roach, John Coltrane, Jimmy Rushing, Mahalia Jackson, Charlie Barnet, Ella Fitzgerald, Alice Babs, Jimmy Jones, Les Spann, Ray Brown e Rosemary Clooney.

Sua formação foi a dos pianistas de ragtime, cuja influência é clara em sua primeira composição, "Soda Fountain Rag", de 1914. Formou seu primeiro conjunto em 1922, um quinteto com o baterista Sonny Greer e o saxofonista Otto Hardwicke. Mas, eram tempos difíceis. Em sua biografia "Music is My Mistress" (A Música é Minha Amante), Ellington conta que ele e seus quatro músicos já dividiram uma salsicha como jantar.

Dirigiu orquestras e fez arranjos de obras dos grandes clássicos, como Mozart, Schubert, Bach, e Brahms. Mas o jazz foi uma constante. Não mudou o seu estilo, embora tenha visto nascer diversas correntes durante sua carreira, como o bebop, o free, e o jazz-rock. O colorido das sonoridades orquestrais enriqueceram o som de sua big band. "A orquestra é meu instrumento", costumava dizer.

Nos anos 20, mudou-se para Nova York, onde viveu sua fase mais importante. Os concertos no Carnegie Hall foram memoráveis, em especial a suíte "Black, Brown and Beige", de 1943, inspirada na história da América negra.

Ellington criou o jungle style (estilo da selva), quando os metais da orquestra tocam com força e expressão, dando um efeito de selvageria às composições. O trompetista Bubber Miley inaugurou esse caminho e o sedimentou. Quando Ellington tocava no Cotton Club, de 1927 a 1932, acompanhando cantores e bailarinos, as composições em jungle style levantavam a audiência para dançar.

Boa parte de suas mais famosas composições foi construída a partir de melodias improvisadas pelos seus músicos. Entre suas obras destacam-se quatro álbuns feitos com a colaboração de seus melhores solistas: "The Blanton - Webster Band", "Black, Brwon and Beige" e "The Duke's Men".

Nos anos 60 e 70, fez várias turnês internacionais, do Japão à América Latina. A orquestra veio ao Brasil, em 1968 e 1971. Além dos concertos sacros, fez nesse período as trilhas dos filmes "Anatomia de um Crime" e "Paris Blues". Quando se preparava para a festa de 75 anos foi hospitalizado com câncer e seu estado de saúde se agravou, falecendo um mês depois.

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